VONTADES PRECÁRIAS
INCÓGNITAS
Dá-me pronto, já não me basta a espera nem a promessa, perdi os anos, já não encontro a paciência, quero respostas ligeiras, contundentes, quero palavras sobrecarregadas de humanidades, oportunas para minha solidão, quero afagos que cicatrizem a fragilidade aberta, que animem a fraternidade que se faz finita e amparem o esquecimento. Imploro o apego sem códigos, quero um beijo verdadeiro, um sorriso que fique e acabe a urgência, traga a paz em vida e adie a próxima ruína exilando-a ao nada.
AMEAÇO
Reconheço não ser franco quando ameaço uma partida, durante a qual deixo a âncora. Aos gritos insistentes, espero algum pedido para a permanência. Fico no lugar que posso, o único recurso que ensaio sobre idas e vindas nestas chegadas e saídas.
Escritos do Eu
© 2018 Roberto Curi Hallal