COM AFETO
O PARAÍSO
Me deleito olhando as graças, as delicadezas, e em especial os temidos olhos que eletrizam com seus maravilhosos convites à minha pendente imaginação. Enquanto duram esses atos, guardo o mais absoluto silêncio embriagado por uma íntima e inconfessável emoção contente como se houvesse alcançado o paraíso.
CERIMÔNIAS
Cerimônias deixam visíveis feridas, me falam de obediências, mentiras simples e aceitadas, omissões de mortes, lutos, corrupções, corruptores com suas enormes caudas brancas e alma-de-gato, aves de rapina de cor arrogante. Silêncios ruidosos anunciam o caminho dos fracassados, a rota dos suicidas, as orações desprovidas de afeto, os cacarejos, uivos, assovios, arrulhos de todas as espécies.
Escritos do Eu
© 2018 Roberto Curi Hallal