VALE A PALAVRA
CONVENIÊNCIA
Quando vi o fundo do poço, segurei-me na melancolia, cortando as partes gangrenadas que adulteraram minha paz interior. Quando no alto do sofrimento, não me olhastes nos olhos e voltastes o rosto para me invi- sibilizar, desviastes minha identidade, tornaste apáti- ca minha vida, fiquei desapegando-me aos poucos até não mais lembrar teu nome. Fugiste da convivência.
POR TI FICO DO AVESSO
Protegido pela sombra, possuo a luz dos teus olhos e a água dos teus poros felizes. Misturo poemas e con- vocações, emprego todas as formas para tomar conhe- cimento das tuas fraquezas, apresso a fundação de afetos, comoções, aplico na minha prontidão a melhor das declarações. Convenço-te que tamanho amor re- moça teu centro, tua periferia, teu longe e teu perto, que o teu horizonte é aqui. Faço com esse exercício uma conquista das tuas virtudes para habilitar nossas liberdades.
Escritos do Eu
© 2018 Roberto Curi Hallal