Roberto Curi Hallal

FEITIÇOS E EMBRUJOS

O mercado ordena, exige que se crie, que se comunique, que se incorpore à sua linguagem, seus costumes, suas ideologias, suas manipulações, agora esperam dirigir o que falamos, pensamos e por onde andamos; já não basta sermos usuários.

Poderes apetecidos não são suficientemente incentivados para dar-nos nada mais além do que pequenos êxitos. Assim sendo, apenas minúsculas inovações são alcançadas onde habitualmente se confia no ilimitado.

A presença da acolhida é uma boa nova para o amor, um sinal de que ele é aceito. É a resposta empapada de desejos favorecidos pelo poder da espécie que se deseja viva.

Umidades saídas das chuvas pulverizam os corpos fertilizando-os de experiências anormais. Empregam meios de hidratar para apagar maus acontecimentos, limpam as memórias abrindo novos espaços.

Sobra só um pequeno espaço. Por pressa, jovens não param para comer, envolvidos em súbitas crises, entulhados de informações alheias aos seus interesses, compulsivamente recebendo e mandando notícias, travando um embate com a importância. Banalizados na arte, na cultura, todos falam sem se ouvir, olham sem ver. Sedentos por imagens, nada leem, seus comprometimentos são momentâneos, tudo lhe é provisório.

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Alhures

© 2022 Roberto Curi Hallal