Roberto Curi Hallal

AMOR INSÓLITO

Para consolo e amparo, entra, diga tuas queixas, vens buscar braços? Encontras meu vulto te obrigando a pedir perdão, nos últimos prazos aceitando alguns poucos cuidados. Carece de sentido que nomeies as razões, eu tampouco mencionaria as minhas. Os interesses dosificados não preenchem nem a metade da decepção consagrada.

Bastam as minhas penas, que queres mais, tirar proveito das minhas dores? Não há ar fresco nestes arredores, as sombras cheiram a ofensa, os maus tratos colorem os dias e envergonham as noites. As opiniões perderam sua originalidade para a manipulação orquestrada. Os danos seguem vigentes, superam a preservação com um desprezo tão grande que logo serão lei.

Estranho desvario as induz às obediências nada confortáveis. Por mera correspondência elas se prostram perante injustas induções. Desnudam-se para lobos inimigos, jazem aos seus pés, inclinadas, colaboram passivas com a imolação de suas inocências.

Entro, onde alegre me espera um animo generoso, uma acolhida sincera e um peito nobre que se abre ao abraço que tanto me falta.

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Alhures

© 2022 Roberto Curi Hallal