ANTIGAS AUDÁCIAS
A OBSOLESCÊNCIA (desábito) PLANEJADA
A banalização que acompanha o consumo facilita a noção de descartável aplicada a tudo e a todos. Trata-se de uma obsolescência planejada, inserida na própria concepção, acelerando o ciclo produção-consumo-descarte. Cria-se a cultura da substituição e com ela a banalização do desprezo, da desqualificação. Tal condição passa a ser uma forma de viver; como tal, colore as relações interpessoais, dando-lhes uma conotação fugaz.
A contrapartida será uma rede de cooperação para a inclusão das diferenças, antídoto contra o veneno da exclusão. Se não houver uma recuperação dos valores pelo sentido de humanização, será pela indústria da reciclagem, que vê no lixo uma fonte de solução ambiental. A sustentabilidade passa então a ser conceito que recupera o valor em função do lucro. Não haverá melhora na qualidade de vida enquanto não houver uma revisão conceitual quanto a distribuição de renda. Será a distribuição de consciência crítica que trará o avanço cultural necessário para mudar a cultura da subserviência. A inclusão dos pobres marginalizados permitirá o crescimento e a aceitação de um desenvolvimento inclusivo.
Alfarrábios
© 2022 Roberto Curi Hallal