NÃO ENCOMENDEM SONHOS ALHEIOS
PENSO EM VOZ ALTA
Penso em voz alta, já falei mais alto, com o tempo aprendo a sussurrar, quase calar, montei minha voz ao vento para afastá-la do impulso, não pude controlá-la porque sendo incondicional nunca morre, associada ao meu existir, histórica, porta-voz me governa, me desafoga, entende meus sofrimentos, minhas penas, reconhece que a vida é curta e os ouvidos são poucos.
MEUS GRITOS
Os imprevistos não escutam os meus gritos, não assistem meus medos, o desconforto, o desvio vagaroso buscando novas vias. Embora amargos, os imprevistos são inodoros, cruéis, cheios de vazias intenções, espreitando se algo sobraria.
Escritos Fenícios
© 2018 Roberto Curi Hallal