O DESTINO DOS SEGREDOS
A BURRICE COMEMORADA
Quero manter a consciência tranquila até morrer, domesticar minhas bestialidades sem exagerar a dose, detesto a renúncia e a rota da superficialidade. A burrice comemorada e o tecido artificial, de laboratório, seja para fazer roupas ou inventar o transhumanismo. Todos cheiram mal em contato com corpo e a alma humana.
A LEMBRANÇA MAIS DOCE
Um instrumento toca em surdina onde o esquecimento não penetra, a eternidade da música desce como um aviso, me faz afastar o morrer como se tudo fosse só tudo a vida minha, decide e fica comigo a lembrança mais doce que escapou da imagem para ser um sentir amplo. Faz-se um existir em um imenso futuro ainda não chegado. Volto como à casa ao anoitecer, o jantar artesanal, a cama aquecida, o escuro que estende os espaços e as paixões que se animam a comemorar nos sonhos grandes amores.
Escritos do Eu
© 2018 Roberto Curi Hallal