POVOS DO LEVANTE
INTERIORES
Embarcado naquele porto, entendi que deveria conviver intimamente por 50 dias com aquele navio que me conduziria a terras estranhas. Desde o convés, uma enorme âncora recolhida via na minha expressão uma escuridão no olhar e um gosto de cinzas na minha despedida. Saudades aglomeradas disputavam um lugar na multidão de vazios novos. Caminhei 50 dias com os olhos encravados entre as estrelas e o mar. Experimentei pessoalmente que nas despedidas se perdem pedaços, se desmoronam interiores.
DELES E NOSSO
Os primeiros e os últimos familiares estão confundidos com o barro, com o ar tornado pó da montanha original, o fogo, com o barco no Atlântico e o berço do sol no mar Mediterrâneo, a água nos jardins tornada fonte, espelho e movimento. O que foi deles será nosso e dos que nos sucederão.
Escritos Fenícios
© 2018 Roberto Curi Hallal