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SILÊNCIO VINCULADO
O FIO DA NAVALHA
Ando no fio da navalha, no limite do risco calculado, entre a luz e a sombra, entre o passado e o que sou, ando pelo avesso, no peito e na coragem. Chego com a fome de sábado, saio saciado de domingo, já não descarto mais o tempo, incluo feriados, incluo a devoção e a excomunhão, o embalo e a balada, a suave proposta e o sim parceiro.
EXTRAVIADOS
Entristeço-me com as penas que me deixas. Não tenho mais a memória disponível. Não consigo mais esquecer nem lembrar. Não me desprendo, não me apego, não aprendo, nada mais tento. Extraviados os caminhos, não preciso mais despossuir-me da certeza e da reciprocidade. Aspiro viver circunstâncias definidas. Desisto de estar.
Escritos do Eu
© 2018 Roberto Curi Hallal