Isso de perdas e distâncias revela o tamanho dos vazios, o fundo do fundo, a secura da sede. Sem avisos, a vida faz da tristeza uma dor bonita, uma porteira onde era para ser passagem. É sino que badala fora de hora indicando haver paz no meio do nada, dando sentido ao vazio.

De acordo com as promessas de amor, nossas declarações de amor se farão suficientes para considerar uma nova tentativa. Disfarço minhas evidentes
desvantagens diante do que aprendi a temer. Insisto em te amar, evito trágicos desenganos.

Aponto, para terminar, algumas ocasiões em que me habituei fazer-me de bobo com uma consciência total da má intenção que se me apresentava com um sorriso, com um abraço, com um aperto de mãos que fundavam desencontros. Desde que incluo esse outro que se pudesse excluiria, subordino referências, omito sinceridades, retenho as claras ideias considerando aquele com quem dialogo.

Disponho de um confortável amparo, minha memória me acompanha organizando prioridades e cuidados. Enquanto o tempo me permita lembrar, farei dessa capacidade a mais importante de todas, sigo assim proprietário da minha existência, circulando entre o passado e o presente.