Roberto Curi Hallal

A IGNORÂNCIA POTENCIALIZA

PERIGOSAS FICÇÕES
Com o passar do tempo e a manipulação dos conteúdos, as palavras foram sendo substituídas por imagens e objetos, metáforas, discursos contorcionistas relativizando a ética do corpo e da alma. Uma forte economia do uso das leituras deixa no seu rastro uma ausência de leitores, as notícias fundamentais passaram a ser avaliadas no seu sentido crítico por vozes e sentidos alheios, sentidos e valores jogados como banalidades de segunda categoria. Os ouvidos atentos às “opiniões” e os olhos dirigidos às máquinas com suas tendências a mercê da compra e da venda dos pilares civilizatórios sob controle de poder e dinheiro. Incentivadas posturas deixando a história dos humanos calada e desviadas em seu secular compromisso de valorizar todo o conhecimento alcançado. A passagem do valor da história da herança biológica é trocada levianamente por uma hipervalorização da cultura do imediatismo com suas perspectivas ficcionais, enganosas, sempre escondendo uma outra coisa. O encaminhamento da política de destruir todo o suporte que defende a manutenção da espécie humana, cede lugar à banalização da morte, a idealização do perigo, a tentação do risco e a imbecilização como meta da educação. O espírito sem alimentos perde a capacidade de assombro, a corrosão das leis e a sua ausência como oferta cativa a perpetuação da pobreza e dos pobres.

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© 2022 Roberto Curi Hallal