Roberto Curi Hallal

ROBERTO CURI HALLAL

A MALDADE É TÓXICA

Encontro cada ano novo com gradual redução nos meses. O ano passado teve cinco meses, o atual ainda não forneceu algum número definitivo. O tempo circula pelas adjacências, preparando-me para novos conceitos, que se apresentarão como hóspedes sem convite.

A maldade é tóxica, contamina a ganância e alimenta a ignorância da turma dos números, dos protocolos de Adam Smith, repetidos incansavelmente. A maldade é insistente produtora de guerras, fomes, refúgios, invasões, bombardeios; e alimenta a ultra arrogância dos governantes e seus partidos.

Entre saudades esquecidas e inacabadas, encontrei algumas saudades cansadas. Propositadamente deixei-as de lado, decidido a evitar essas intrusas que tanto insistem, enfrentando com o tempo e a exaustão.

Reinvento leituras, suponho novas. Construo enredos, alinhavo e ordeno palavras com a paixão de protagonista, defino os sentires ali postos como meus, não há disfarce, entro na pele alheia, visto suas dores, seus impossíveis, seus jogos amorosos, seu passado e futuro. Carrego e cuido dos seus exílios, das migrações, dos acasos e das repetições, dos fardos, das fomes, da vida e da morte.

Afagos fugazes marcaram presença na minha pele sedenta de continuidade negada. Cruéis pressas anteciparam despedidas acompanhadas de desculpas, justificando meus desejos como “apenas ocasionais veleidades”, urgências melodramáticas. Diante da tua impossibilidade, um ânimo ingovernável, tenaz, me convida a estudar novas propostas.

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Fracionário

© 2022 Roberto Curi Hallal