UM ATALHO

Pus-me em uma situação difícil, fiz sentir vivamente no momento de encontrar aquela mulher venerada. Por que tirar-me todos os ânimos frente à necessidade de apresentar-me livre com meus desejos? Tão penoso foi, quando pensava declarar amor, que tive de me desculpar afetuosamente, agradecido por ela ter acolhido o medo e o silêncio, guardando minha declaração. Por detrás da minha vergonha, vi crescer meus ciúmes apaixonados misturados a vagas curiosidades que ficaram sem resposta. O silêncio delatou tudo o que lhe quis falar. Temi uma cena de paixão, acabei como um homem banal querendo ser singular para introduzir-me em sua confiança. Finalmente, havia chegado a hora de contar tudo, ter o contentamento com a sinceridade espalhada. Não passou muito tempo fiquei desalentado, sem ação, esperando que algo me conduzisse por um atalho a um recomeço.